A vida após a morte
A vida após a morte? É uma questão que todo o mundo se coloca. Talvez não hoje... mas um dia, necessariamente. Amanhã talvez, devido a um conhecido, um amigo que está em vias de nos deixar.
Alguns dizem: "Talvez haja qualquer coisa, veremos quando estivermos lá. Por que me inquietar agora?"
Outros passam a vida inteira preparando esse encontro do além, preparando a eternidade, tal é sua importância.
Mas sem dúvida todos sentimos repugnância ao pensar na morte porque somos feitos para a vida. Eis porque é muito útil esclarecer o que podemos saber sobre a vida depois da morte.
Entre as respostas tão diferentes que nos são propostas, o que crer? Em quem acreditar? Os materialistas, os "ateus" dizem: "tudo acaba com a morte, não há senão o mundo que continua a girar".
"Ele enxugará toda a lágrima de seus olhos :
já não haverá morte
porque o mundo velho passou".
Apocalypse 21, 4
1 - Como pode haver algo depois da morte? Se o corpo morreu, como pode restar alguma coisa de nós?
A primeira questão com efeito é saber como podemos continuar alguma espécie de vida depois que nosso corpo morreu, que ele permanece na terra; e logo este corpo terá desaparecido, todos os seus elementos se perdendo na terra ou no ar.
Nestes últimos anos muitos livros falam de experiências da "vida depois da morte". Médicos americanos até mesmo publicaram teses sobre este assunto. De acordo com testemunhos recolhidos nesses livros certas pessoas doentes, muitas vezes em fase pós operatória, num estado muito crítico, morrem e isso é constatado biologicamente. E depois de algum tempo percebemos que elas retomam a vida. E elas foram interrogadas para saber o que experimentaram no tempo em que pareciam mortas. Ficamos espantados ao constatar uma grande semelhança. Em geral essas pessoas experimentaram uma existência fora de seu corpo que podiam contemplar como espectadores. E o que revela a maioria daqueles que fizeram essa experiência é que eles tiveram uma confrontação com um ser luminoso e misericordioso. A imagem e identidade deste ser variam mas ela é tanto menos precisa quanto as pessoas sejam pouco ou nada crentes. E entretanto, a confrontação com um julgamento misericordioso, com uma bondade, parece a mesma.
2 - As objeções daqueles que creem que não há nada depois da morte,os "materialistas".
Eles têm objeções de ordem exterior e outras que são de ordem interior, em si mesmas: as primeiras são de raciocínio objetivo, que se pode discutir, as outras são reações interiores, feridas ou medos internos inteiramente pessoais a cada um. Nem sempre temos consciência mas podemos acalmá-las, curá-las quando essas feridas vêem à luz.
A objeção principal dos materialistas é simples, eles declaram que não há nada fora do mundo físico (físico-químico), o mundo que se pode observar pelos sentidos e medir. E eles creem nisso como os outros creem em Deus, o que é bastante surpreendente.
Esta objeção é considerada "científica", e ela tem sido efetivamente a opinião daqueles que chamamos "cientistas".
Estes cientistas, na segunda metade do século XIX e primeira metade do século XX, diziam não acreditar na ciência, e eles impressionavam as pessoas menos instruídas buscando proteção senão na Ciência. Eles estavam persuadidos de que o método científico iria explicar tudo. Eles rejeitavam como irracional qualquer outra fonte de saber, de conhecimento ou de sabedoria. Fora da ciência todo o resto era coisa vã, bolhas de sabão. Mais ou menos como se um especialista em grego vos declarasse que tudo o que não estivesse escrito em caracteres gregos não teria nenhuma significação. Não se podendo medir a alma nem pô-la em equação, eles concluiam que ela não existe.
Estas teorias materialistas são ditas "reducionistas" porque elas reduzem o homem a quantidades, cálculos, reações químicas, esquemas fisiológicos.
O pensamento, o amor, a vida são reduzidos a ser somente a "superestrutura" de reações físico-químicas.
Com isso os cientistas não eram menos que os outros sucetíveis a julgamentos "anti-científicos" para salvaguardar suas teorias.
Assim os adversários do grande Pasteur, o sábio que descobriu os micróbios e as vacinas, acreditavam na geração espontânea. Por que? Não pelas verdadeiras causas científicas, mas pelo ateísmo, porque eles pensavam: se não há geração espontânea de animais pelo meio, onde os encontramos habitualmente, seremos obrigados a crer na Criação e no Criador.
Por outro lado o próprio Pasteur, tão exigente em matéria científica, acreditava na existência da alma e da eternidade. Ele agradecia a Deus por suas descobertas (por exemplo, em seu discurso durante a inauguração do Instituto Pasteur). E ele escreveu a propósito da morte de um de seus filhos a mais bela declaração de esperança. Encontrar-se na eternidade? Porque é bem aí que está a questão. E ela está inteiramente fora da química, da astronomia ou da física: meu filho que morreu está absolutamente morto? Para sempre? Ou tem ou terá ele parte em uma felicidade viva onde eu poderei encontrá-lo? E contemplar de novo seu sorriso. As promessas de Deus são tão absurdas?
3 - Mas a reincarnação, não é também uma vida depois da morte? É possível ter várias vidas sucessivas?
Em nossos dias muita gente diz que acredita na reincarnação. Muitas vezes não se sabe bem o que quer dizer isso, mas parece moderno.
Por que alguns são fascinados por esta idéia de reincarnação, o que vale ela?
Há dois pedidos profundos nesta atração pela reincarnação.
1 - Sinto forte em mim que minha vida profunda não foi feita para acabar. O nada me repugna. É preciso de qualquer modo que minha vida, meu ser, dure além da morte numa certa forma de vida. Em verdade, o que procuramos de um lado sob o nome de reincarnação é a eternidade. Mas na verdade, será a teoria da reincarnação a boa resposta, é o caminho que leva à verdadeira felicidade?
2 - As pessoas sentem que esse não é o caminho do Paraíso. Tanto uns como os outros têm consciência de que temos necessidade de ser purificados. Não fomos um dia um pouco ou muito cúmplices do mal no mundo por um mal que praticamos?
4 - que é a vida eterna? Como viveremos? Que relação podemos ter com aqueles que estão no céu?
Às vezes imaginamos que a vida depois da morte é como um cemitério: um longo repouso adormecido, muito longo e monótono.
Um dia um menininho de cinco anos perguntou: "No céu todo o mundo vive em sua cama?" Ele dizia isso porque tinha entendido bem que a tia que ele tinha visto doente em seu leito estava agora no céu. Foi-lhe então explicado que no céu não há mais nem doença, nem morte, estamos ainda mais vivos que antes.
Teresa de Lisieux dizia ao morrer: "Entro na vida". E ela tinha declarado: "Quero passar meu céu fazendo o bem sobre a terra".
Todos aqueles inumeráveis que rezam a ela faz 100 anos (ela morreu em 1897) podem testemunhar que isso é bem verdade.
Gostaria de dar aqui um testemunho pessoal. Minha mulher e eu perdemos um filhinho, Dominique, com a idade de seis anos. Meu pai, seu avô, ficou muito triste. Alguns dias após o acidente, ele se levantava à noite de tristeza, e chorava. Então ele ouviu uma vozinha que lhe dizia: "Não é preciso chorar, querido avô". Ele adormeceu, depois acordou chorando uma segunda vez. A mesma vozinha que ele reconheceu como a de Dominique. E uma terceira vez, e a voz lhe diz: "Não chore, querido avô, se você soubesse como sou feliz". E desta vez o avô viu desaparecer sua tristeza.
Alguns dizem: "Talvez haja qualquer coisa, veremos quando estivermos lá. Por que me inquietar agora?"
Outros passam a vida inteira preparando esse encontro do além, preparando a eternidade, tal é sua importância.
Mas sem dúvida todos sentimos repugnância ao pensar na morte porque somos feitos para a vida. Eis porque é muito útil esclarecer o que podemos saber sobre a vida depois da morte.
Entre as respostas tão diferentes que nos são propostas, o que crer? Em quem acreditar? Os materialistas, os "ateus" dizem: "tudo acaba com a morte, não há senão o mundo que continua a girar".
"Ele enxugará toda a lágrima de seus olhos :
já não haverá morte
porque o mundo velho passou".
Apocalypse 21, 4
1 - Como pode haver algo depois da morte? Se o corpo morreu, como pode restar alguma coisa de nós?
A primeira questão com efeito é saber como podemos continuar alguma espécie de vida depois que nosso corpo morreu, que ele permanece na terra; e logo este corpo terá desaparecido, todos os seus elementos se perdendo na terra ou no ar.
Nestes últimos anos muitos livros falam de experiências da "vida depois da morte". Médicos americanos até mesmo publicaram teses sobre este assunto. De acordo com testemunhos recolhidos nesses livros certas pessoas doentes, muitas vezes em fase pós operatória, num estado muito crítico, morrem e isso é constatado biologicamente. E depois de algum tempo percebemos que elas retomam a vida. E elas foram interrogadas para saber o que experimentaram no tempo em que pareciam mortas. Ficamos espantados ao constatar uma grande semelhança. Em geral essas pessoas experimentaram uma existência fora de seu corpo que podiam contemplar como espectadores. E o que revela a maioria daqueles que fizeram essa experiência é que eles tiveram uma confrontação com um ser luminoso e misericordioso. A imagem e identidade deste ser variam mas ela é tanto menos precisa quanto as pessoas sejam pouco ou nada crentes. E entretanto, a confrontação com um julgamento misericordioso, com uma bondade, parece a mesma.
2 - As objeções daqueles que creem que não há nada depois da morte,os "materialistas".
Eles têm objeções de ordem exterior e outras que são de ordem interior, em si mesmas: as primeiras são de raciocínio objetivo, que se pode discutir, as outras são reações interiores, feridas ou medos internos inteiramente pessoais a cada um. Nem sempre temos consciência mas podemos acalmá-las, curá-las quando essas feridas vêem à luz.
A objeção principal dos materialistas é simples, eles declaram que não há nada fora do mundo físico (físico-químico), o mundo que se pode observar pelos sentidos e medir. E eles creem nisso como os outros creem em Deus, o que é bastante surpreendente.
Esta objeção é considerada "científica", e ela tem sido efetivamente a opinião daqueles que chamamos "cientistas".
Estes cientistas, na segunda metade do século XIX e primeira metade do século XX, diziam não acreditar na ciência, e eles impressionavam as pessoas menos instruídas buscando proteção senão na Ciência. Eles estavam persuadidos de que o método científico iria explicar tudo. Eles rejeitavam como irracional qualquer outra fonte de saber, de conhecimento ou de sabedoria. Fora da ciência todo o resto era coisa vã, bolhas de sabão. Mais ou menos como se um especialista em grego vos declarasse que tudo o que não estivesse escrito em caracteres gregos não teria nenhuma significação. Não se podendo medir a alma nem pô-la em equação, eles concluiam que ela não existe.
Estas teorias materialistas são ditas "reducionistas" porque elas reduzem o homem a quantidades, cálculos, reações químicas, esquemas fisiológicos.
O pensamento, o amor, a vida são reduzidos a ser somente a "superestrutura" de reações físico-químicas.
Com isso os cientistas não eram menos que os outros sucetíveis a julgamentos "anti-científicos" para salvaguardar suas teorias.
Assim os adversários do grande Pasteur, o sábio que descobriu os micróbios e as vacinas, acreditavam na geração espontânea. Por que? Não pelas verdadeiras causas científicas, mas pelo ateísmo, porque eles pensavam: se não há geração espontânea de animais pelo meio, onde os encontramos habitualmente, seremos obrigados a crer na Criação e no Criador.
Por outro lado o próprio Pasteur, tão exigente em matéria científica, acreditava na existência da alma e da eternidade. Ele agradecia a Deus por suas descobertas (por exemplo, em seu discurso durante a inauguração do Instituto Pasteur). E ele escreveu a propósito da morte de um de seus filhos a mais bela declaração de esperança. Encontrar-se na eternidade? Porque é bem aí que está a questão. E ela está inteiramente fora da química, da astronomia ou da física: meu filho que morreu está absolutamente morto? Para sempre? Ou tem ou terá ele parte em uma felicidade viva onde eu poderei encontrá-lo? E contemplar de novo seu sorriso. As promessas de Deus são tão absurdas?
3 - Mas a reincarnação, não é também uma vida depois da morte? É possível ter várias vidas sucessivas?
Em nossos dias muita gente diz que acredita na reincarnação. Muitas vezes não se sabe bem o que quer dizer isso, mas parece moderno.
Por que alguns são fascinados por esta idéia de reincarnação, o que vale ela?
Há dois pedidos profundos nesta atração pela reincarnação.
1 - Sinto forte em mim que minha vida profunda não foi feita para acabar. O nada me repugna. É preciso de qualquer modo que minha vida, meu ser, dure além da morte numa certa forma de vida. Em verdade, o que procuramos de um lado sob o nome de reincarnação é a eternidade. Mas na verdade, será a teoria da reincarnação a boa resposta, é o caminho que leva à verdadeira felicidade?
2 - As pessoas sentem que esse não é o caminho do Paraíso. Tanto uns como os outros têm consciência de que temos necessidade de ser purificados. Não fomos um dia um pouco ou muito cúmplices do mal no mundo por um mal que praticamos?
4 - que é a vida eterna? Como viveremos? Que relação podemos ter com aqueles que estão no céu?
Às vezes imaginamos que a vida depois da morte é como um cemitério: um longo repouso adormecido, muito longo e monótono.
Um dia um menininho de cinco anos perguntou: "No céu todo o mundo vive em sua cama?" Ele dizia isso porque tinha entendido bem que a tia que ele tinha visto doente em seu leito estava agora no céu. Foi-lhe então explicado que no céu não há mais nem doença, nem morte, estamos ainda mais vivos que antes.
Teresa de Lisieux dizia ao morrer: "Entro na vida". E ela tinha declarado: "Quero passar meu céu fazendo o bem sobre a terra".
Todos aqueles inumeráveis que rezam a ela faz 100 anos (ela morreu em 1897) podem testemunhar que isso é bem verdade.
Gostaria de dar aqui um testemunho pessoal. Minha mulher e eu perdemos um filhinho, Dominique, com a idade de seis anos. Meu pai, seu avô, ficou muito triste. Alguns dias após o acidente, ele se levantava à noite de tristeza, e chorava. Então ele ouviu uma vozinha que lhe dizia: "Não é preciso chorar, querido avô". Ele adormeceu, depois acordou chorando uma segunda vez. A mesma vozinha que ele reconheceu como a de Dominique. E uma terceira vez, e a voz lhe diz: "Não chore, querido avô, se você soubesse como sou feliz". E desta vez o avô viu desaparecer sua tristeza.
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