O Terror em Auschwitz

Boa Noite, hoje vou falar num tema que gosto bastante a Segunda Guerra Mundial uma das mais importantes campos de extermínios da Alemanha aonde morreram milhões de judeus.

Também se poderia dizer: basta uma imagem, e o horror está de novo presente: o portão do campo de extermínio Auschwitz-Birkenau, diante dele, os trilhos ferroviários. A memória coletiva completa o quadro: os trens – sim, vagões de gado – cheios de gente, de crianças, de mulheres, de homens jovens e anciãos, chegando após dias, por vezes semanas de viagem, sem comida nem água. Nos olhos, ainda um vislumbre de esperança.

O sistema de assassinato em massa de Auschwitz baseava-se na esperança e no roubo. De ambas as coisas restam profundas marcas quando se visita o campo de extermínio nazista Alemão na atualidade. Os carrascos tentavam enganar os judeus deportados, que iam morrer em questão de minutos ou horas, para que não houvesse tentativas de rebelião. Na antessala das câmaras de gás, diziam-lhes que tomariam banho para desinfecção; pediam-lhes que pusessem nomes nas respectivas malas, que amarrassem os sapatos para não perdê-los quando saíssem... Não importam as fotografias que você possa ter visto: é impossível não sentir um calafrio ao contemplar a enorme montanha de sapatos que as vítimas deixaram para trás. E, quando se olha de perto e se descobre um par de botas de crianças atadas pelos cadarços, indício de que o passaram pela câmara de gás, percebe-se a magnitude do crime cometido ali, mas também até que ponto os mínimos detalhes são importantes neste lugar da morte. 

Quando, na tarde de sábado 27 de janeiro de 1945, os soldados do 60º Corpo do Exército da URSS liberaram o complexo Auschwitz-Birkenau, construído pela Alemanha na Polónia ocupada (de fato, num território anexado ao Reich), as SS haviam dinamitado as câmaras de gás e evacuado o campo. Mas os soviéticos logo descobriram que algo horrível tinha acontecido ali. Segundo dados reunidos pela pesquisadora Sybille Steinbacher em Auschwitz, eles encontraram 600 cadáveres; 7.000 presos mais perto da morte que da vida; 837.000 vestidos, muitos deles de crianças; 44.000 pares sapatos; e 7,7 toneladas de cabelo, preparadas em pacotes para serem transportadas (calcula-se que pertenciam a milhares de mulheres).

Dois anos depois da liberação, em 1947, o campo foi transformado em museu, sobretudo graças à insistência dos sobreviventes, que logo perceberam que tinham a obrigação moral de preservá-lo. Agora, 70 anos depois, o Museu Estatal Auschwitz-Birkenau, campo nazista alemão de concentração e extermínio (1940-1945), segundo a Unesco que o declarou patrimônio da humanidade em 1979, passa pelo maior projeto de restauração de sua história, com um único objetivo: que tudo permaneça exatamente como estava naquele sábado em que os soldados soviéticos descobriram um mal impossível de conceber.

“Todas as decisões sobre a conservação de Auschwitz são morais”, explica Piotr M. A. Cywinski, diretor do museu desde 2006. Exibindo uma genuína boina navarra, este historiador, alto, de barba comprida e oratória precisa, acrescenta: “Este lugar é muito mais do que um museu. O impacto da autenticidade é enorme, e temos muitíssimo trabalho pela frente. É um projeto único no mundo. Não existe nada parecido. Isso nos permite planejar a conservação para os próximos 20 anos não apenas dos edifícios, mas de todos os tipos de objetos.”

Cywinski lidera um projeto de uma enorme complexidade e submetido ao exame de historiadores, sobreviventes e Governos, mas também dos negacionistas, dispostos a aproveitar qualquer brecha para manter vivas suas teorias criminosas. A restauração do campo precisava primeiro de financiamento, e para isso foi criada em 2009 Fundação Auschwitz. O presidente de seu comitê nos Estados Unidos é o empresário Ronald S. Lauder. A entidade conseguiu arrecadar 112 milhões de dólares (358 milhões de reais) entre diferentes países, personalidades — como Steven Spielberg — e instituições. Mas Auschwitz não é um museu qualquer, nem sequer exatamente um museu: é um imenso cemitério, o lugar onde foi perpetrado o maior assassinato da história — por ali passaram 1,3 milhão de pessoas, das quais 1,1 milhão foram assassinadas, em sua maioria judeus, 870.000 deles nas câmaras de gás logo após a chegada — e, portanto, o palco de um crime que ainda está sendo investigado. Enquanto restarem testemunhas e perpetradores vivos, Auschwitz é um caso aberto. 

Tudo isto, com ajuda de um texto de um jornal El País de Espanha para falar um pouco sobre este campo exterminio mais importante da História.



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